Saiba como a gestão humanizada está transformando as empresas e entenda como uma cultura focada na confiança e no bem-estar pode gerar impacto positivo para todos os stakeholders
Imagine o seguinte cenário: uma empresa tem retorno financeiro muito superior à média do mercado, ao mesmo tempo em que promove uma cultura organizacional baseada na transparência, no respeito e no cuidado com as pessoas e o planeta. Tudo isso, por sua vez, eleva o nível de bem-estar e de satisfação dos colaboradores, diminui o turnover e melhora a experiência e a fidelidade dos clientes.
Parece conto de fadas?
Pois saiba que esse é o modelo de negócios que deve formar a base de uma nova economia, que gera valor não só para sócios, acionistas e investidores, mas para todos os públicos envolvidos no sucesso das empresas. Estamos falando do Capitalismo de Stakeholders.
O mais recente relatório Melhores para o Brasil, desenvolvido pela Humanizadas (empresa de inteligência e análise de dados da nova economia), mostra que o cenário acima não apenas é possível, como muitas empresas já estão participando dessa transformação rumo a um mundo corporativo mais justo, sustentável, inclusivo e inovador. Inclusive, as empresas líderes nesse sentido já estão colhendo os frutos dessa nova forma de fazer negócios.
Gestão humanizada e as melhores para o Brasil
Anualmente, a Humanizadas faz uma pesquisa com diferentes públicos para medir a qualidade da gestão e dos relacionamentos nas empresas.
Essa análise gera um ranking com as empresas mais bem avaliadas e alinhadas ao conceito de ‘gestão humanizada’ – que se refere a quanto a empresa se preocupa em promover aprendizado e mudança, tem um propósito maior, uma estratégia de valor compartilhado, além de uma cultura e uma liderança conscientes.
Todos os stakeholders são escutados durante a Conscious Business Assessment (CBA®), a avaliação realizada pela Humanizadas. Além disso, existe um processo de auditoria e mapeamento de dados públicos sobre a relação da empresa com seus diferentes públicos.
Na visão de Alessandra Cavalcante, cofundadora da GoHuman (que passou pelo processo de avaliação da Humanizadas), o CBA é uma ferramenta robusta, que oferece elementos que ampliam a perspectiva dos debates sobre cultura organizacional, desenvolvimento de lideranças e até da própria questão da segurança psicológica.
“Como a Humanizadas fala muito sobre expansão de consciência e processo evolutivo, a avaliação se torna ainda mais interessante, porque estamos falando tanto de liderança, como de cultura.
Ou seja, o CBA oferece um olhar ampliado para ver o que faz mais sentido para aquela organização, levando em conta como ela está hoje, o que ela poderia se transformar, quais serão as escolhas que ela pode fazer, como ela quer se apresentar, e assim por diante. Isso tem impacto na reputação, nos princípios de gestão e obviamente na cultura”, analisa.
Para o relatório Melhores para o Brasil 2023, 176 mil stakeholders (entre lideranças, colaboradores, clientes e comunidade) compartilharam suas percepções sobre os negócios no país nos últimos quatro anos. Destacamos algumas das principais descobertas a seguir.
O impacto da gestão humanizada nos resultados e na geração de valor
O mercado corporativo passa por uma crise no relacionamento entre colaboradores e lideranças. A pesquisa da Humanizadas aponta que apenas 22% dos profissionais sentem que trabalham em um ambiente de alta confiança.
Além disso, somente 34% percebem transparência nas decisões das lideranças e só 32% se sentem inspirados pelo exemplo dos gestores.
As empresas que praticam a gestão humanizada, por sua vez, mostram que um novo modelo de liderança (focado no respeito, na transparência e no bem-estar) motiva e inspira os colaboradores.
Aliás, não é só no relacionamento com os colaboradores que a gestão humanizada faz diferença. As empresas líderes nesse modelo de gestão geram valor compartilhado para todos os públicos:
Informações: 4ª edição do relatório Melhores para o Brasil, 2023
E ainda, as empresas do ranking Melhores para o Brasil têm, em média, retorno financeiro 185% superior ao Ibovespa (principal índice da B3, a bolsa de valores brasileira). No longo prazo, essa diferença pode chegar a 615%.
E o impacto da gestão humanizada no ambiente de trabalho, como fica?
Outra descoberta relevante da pesquisa é que a gestão humanizada está diretamente relacionada ao aumento nos níveis de bem-estar nas organizações.
Para se ter uma ideia, 82% dos líderes de empresas humanizadas sentem trabalhar em um ambiente de alta confiança, enquanto no mercado brasileiro, em média apenas 29% dos gestores afirmam o mesmo.
Além disso, os gestores das Melhores para o Brasil performam acima da média do mercado em:
Nível de transparência – 125% superior à média do mercado;
Nível de bem-estar – 156% superior à média do mercado;
Otimismo dos colaboradores – 148% superior à média do mercado.
Essa tendência se repete quando são analisados os níveis de confiança, bem-estar e otimismo dos colaboradores em relação às empresas. Nas empresas humanizadas:
71% dos colaboradores afirmam que trabalham em um ambiente com alto nível de confiança – resultado 226% superior ao mercado brasileiro (22%).
81% dos colaboradores sentem que trabalham em um ambiente com alto nível de transparência de decisão – resultado 138% superior ao mercado (34%).
76% dos colaboradores trabalham em um ambiente com alto nível de bem-estar – resultado 174% superior ao mercado brasileiro (34%).
83% dos colaboradores afirmam possuir uma perspectiva de futuro positiva sobre o trabalho – resultado 154% superior ao mercado brasileiro (33%).
Outra consequência positiva da gestão humanizada é que, com maiores níveis de bem-estar e confiança, os profissionais ficam mais tempo nas organizações. A pesquisa indica que as empresas do ranking Melhores para o Brasil têm o menor índice de turnover do mercado brasileiro:
Informações: 4ª edição do relatório Melhores para o Brasil, 2023
O que forma uma gestão humanizada?
Talvez você esteja se perguntando: ‘ok, mas qual é o segredo para alcançar esses resultados positivos?’.
Analisando os indicadores de performance das empresas líderes do ranking Melhores para o Brasil, é possível perceber que estas são algumas das melhores práticas da gestão humanizada:
Definição muito clara de um propósito maior do que o lucro;
Promoção de estratégias de valor compartilhado;
Cultura e liderança conscientes em relação a seus impactos;
Preocupação com o aprendizado constante para se adaptar melhor às mudanças.
Esses atributos estão relacionados aos pilares do movimento Capitalismo Consciente, e as empresas humanizadas têm performance muito acima da média do mercado em todos eles:
Percepção de propósito maior é 70% superior;
Estratégia de valor compartilhado é 83% superior;
Percepção de cultura consciente é 77% maior;
Capacidade de aprendizado e mudança é 86% maior;
Percepção de liderança consciente é 77% superior.
Na análise de Alessandra Cavalcante e Rachel Goldgrob, fundadoras da GoHuman, essa nova forma de fazer negócios – baseada no respeito, na confiança e no bem-estar – é o único caminho possível para as empresas que desejam se manter relevantes no mercado.
Elas destacam que essa é uma transformação inevitável, uma vez que diversos movimentos socioeconômicos e culturais impulsionam demandas cada vez maiores dos stakeholders em relação a um posicionamento mais responsável das empresas no relacionamento com colaboradores, clientes e comunidade.
Por fim, as duas ressaltam que a criação de ambientes psicologicamente seguros nas organizações se faz ainda mais necessária nesse cenário. Afinal, empresas com níveis elevados de segurança psicológica naturalmente geram maiores níveis de confiança, transparência e bem-estar. Ou seja, segurança psicológica e gestão humanizada caminham lado a lado.
A GoHuman promove discussões como esta em times executivos e conselhos. Gostaria de conhecer o nosso trabalho? Entre em contato e saiba como podemos ajudar.
Leia também: O que segurança psicológica tem a ver com ESG?
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