Entenda como o comportamento da liderança impacta o clima e o engajamento da equipe e saiba como promover segurança psicológica na sua empresa
Equipe desengajada e apática. Profissionais que não questionam durante as reuniões – e tampouco confrontam o líder em momentos em que sentem que há algo errado. Falta de proatividade. Medo de admitir erros e falhas.
Um possível diagnóstico para estes ‘sintomas’ pode ser a falta de segurança psicológica, o que é ruim por diversos motivos.
Para começar, a falta de segurança psicológica afeta diretamente a performance do time, resultando em níveis elevados de desengajamento e rotatividade.
Além disso, o medo e a ansiedade por parte dos colaboradores se refletem em baixos níveis de inovação e produtividade, e ainda prejudicam – e muito – a saúde mental dos profissionais.
Por fim, a organização como um todo pode se prejudicar. Afinal, por não atrair e reter talentos, sem as competências necessárias para se manter relevante no mercado, a empresa acaba ficando em desvantagem competitiva.
Novo modelo de liderança: a base de um ambiente profissional com segurança psicológica
Verdade seja dita: de maneira geral, é normal ter receio de se expor, de errar e de ser vulnerável no trabalho.
Por isso mesmo, as pessoas não vão se arriscar, perguntar, desafiar e fazer diferente caso não se sintam seguras o suficiente para errar, aprender e compartilhar. Aliás, elas não farão nada disso a não ser que sejam verdadeiramente incentivadas por suas lideranças.
Isso, é claro, exige uma mudança na postura dos líderes, que precisam se preocupar em construir ambientes de trabalho seguros, em que todos se sentem confiantes e sabem que podem questionar, fazer perguntas polêmicas e até mesmo errar.
Como explica Rachel Goldgrob, cofundadora da GoHuman, “promover segurança psicológica tem a ver com permitir que as pessoas sejam elas mesmas, possam falar o que pensam, criticar e ouvir críticas sem medo de serem punidas ou ridicularizadas”.
Ou seja, não dá para ter um ambiente psicologicamente seguro sem um líder que se preocupa com essa questão. Afinal, o nível de segurança psicológica de um time é diretamente influenciado pelas interações do líder com os profissionais; está relacionado a como esse líder faz cada colaborador se sentir seguro e confortável para se posicionar e se expor.
Alessandra Cavalcante, cofundadora da GoHuman, complementa destacando que, em um ambiente em que há segurança psicológica, a vulnerabilidade é recompensada – ao invés de reprimida. “Quando falamos em segurança psicológica, estamos falando da dinâmica das relações e de como essa dinâmica viabiliza a criação de espaços de diálogo e de autenticidade dentro das organizações”, detalha.
Por fim, tudo isso contribui para a qualidade da saúde mental dos profissionais, o que influencia inclusive os resultados dos colaboradores.
Como o líder pode promover segurança psicológica
As especialistas em Liderança da GoHuman explicam que líderes que desejam promover segurança psicológica em suas empresas precisam incorporar algumas atitudes e seguir estes passos:
1) Faça uma autoavaliação
Segundo Alessandra, o primeiro passo é a tomada de consciência para entender qual é o nível de segurança psicológica da sua equipe.
Nessa fase, o gestor deve analisar sinais que indicam se os profissionais se sentem à vontade para questionar e errar, fazendo-se perguntas como, por exemplo:
Minha conduta está reforçando o medo no time?
Por meio das minhas atitudes, permito rótulos e estereótipos que fazem as pessoas recuarem?
Estou dando a devida atenção às sugestões da equipe?
“São pequenos sinais que o líder vai emitindo e que vão bloqueando as pessoas. Quando alguém fala alguma coisa e o gestor responde de forma desdenhosa ou sarcástica, ele sinaliza, por exemplo, que não tem interesse em outros pontos de vista”, frisa Alessandra.
2) Seja o exemplo
Após a autoavaliação e tomada de consciência, o líder deve buscar entender como pode fazer diferença por meio de suas atitudes.
Neste sentido, Rachel explica que de nada adianta falar para os colaboradores que eles podem se sentir seguros para questionar, inovar e errar, se não demonstrar, na prática, que incentiva isso, que apoia as vulnerabilidades do time. “O gestor precisa preparar um plano e começar a mudar o seu próprio comportamento. Antes de fazer qualquer demanda à equipe, ele deve ser o exemplo”, explica.
3) Invista e apoie a criação de uma cultura de segurança psicológica
A cultura da empresa tem um grande impacto na promoção de um ambiente psicologicamente seguro.
As fundadoras da GoHuman destacam que é importante que essa questão faça parte não só dos processos, mas das intenções das lideranças em toda a organização.
Rachel comenta que existem casos em que algumas equipes experienciam um elevado nível de segurança psicológica, mas isso não faz parte da cultura da empresa como um todo. “Quando isso acontece, é provável que o líder desse time se sinta isolado e haja limitações”, analisa.
Além disso, ela ressalta que é importante o líder ficar atento às demandas dos colaboradores. Afinal, ainda que a segurança psicológica deva ser estabelecida pelas lideranças, os profissionais – especialmente da nova geração – têm se tornado catalisadores desse movimento nas empresas. “A segurança psicológica cada vez mais é uma questão importante para os profissionais, que passam a levar isso em conta nas suas decisões de carreiras. Isso está forçando as organizações a mudarem suas culturas”, conta.
4) Faça acordos e dê permissões
Alessandra explica que todas as ações para promover segurança psicológica no ambiente de trabalho precisam se basear em dois parâmetros essenciais: respeito e confiança.
“É papel do líder calibrar isso o tempo todo: Qual é o nível de respeito que vai ser estabelecido nesse time? Quais são as permissões e acordos estabelecidos para garantir uma boa performance com liberdade e confiança?”, indica.
Essa, aliás, é uma questão importante, já que segurança psicológica não significa ausência de regras, mas a criação de um novo código de atuação.
Afinal, para que as pessoas se sintam à vontade para compartilhar sugestões ou contestar o status quo, elas precisam ter certeza de que os líderes e os outros integrantes da equipe confiam nelas e respeitam suas ideias e visões. Acordos e permissões asseguram esse ambiente libertador, mas seguro – baseado em respeito e confiança.
O perfil do líder que promove segurança psicológica
Como você pode perceber, promover segurança psicológica é um desafio complexo, que demanda atenção total das lideranças da organização. Aliás, é importante dizer que essa não é uma tendência passageira, mas uma disciplina obrigatória no desenvolvimento de líderes e profissionais.
No próximo artigo sobre esse tema, vamos nos aprofundar no perfil do líder que se preocupa com a segurança psicológica da sua equipe e explicar como a GoHuman auxilia empresas nesse processo.
Se, enquanto isso, você quiser saber mais sobre o nosso trabalho no desenvolvimento de estratégias de promoção da segurança psicológica, entre em contato com a nossa equipe.
-------------
Quer receber conteúdo exclusivo sobre segurança psicológica, saúde mental e liderança humanizada em seu e-mail?
Cadastre-se em nossa newsletter e receba análises e reflexões em seu e-mail.
-------------
Imagem: Christina @ wocintechchat.com on Unsplash