Avanços na sustentabilidade humana aumentam o engajamento e a produtividade, gerando melhores resultados financeiros. Mas onde entra a segurança psicológica nesse contexto?
As pessoas que trabalham em sua empresa se sentem melhor ou pior depois de passar um tempo nela?
Essa é uma questão importante para avaliar o quanto a organização se preocupa com o bem-estar das pessoas.
Em um estudo global feito pela Deloitte, 43% dos profissionais afirmaram que suas condições de trabalho, crescimento ou bem-estar melhoraram desde que começaram a trabalhar nas empresas em que estão atualmente. Ou seja, menos da metade.
Em uma era em que as organizações são cada vez mais cobradas por seu impacto ambiental e social e pela adoção de práticas ESG, é essencial reconhecer que, para permanecerem relevantes no longo prazo, elas precisam compreender como suas operações e processos afetam a saúde mental e o bem-estar das pessoas com quem interagem.
É nesse contexto que a sustentabilidade humana emerge como uma prioridade estratégica para empresas que buscam alinhar o sucesso organizacional com o bem-estar de seus colaboradores.
O que é sustentabilidade humana?
O conceito de sustentabilidade humana foi apresentado pela Deloitte em seu relatório global sobre tendências de capital humano de 2023.
Segundo a consultoria, “sustentabilidade humana é o quanto a organização agrega valor às pessoas, promovendo sua saúde e bem-estar, desenvolvendo suas habilidades e empregabilidade, oferecendo bons empregos, oportunidades de crescimento, progresso em direção à equidade, maior senso de pertencimento e uma conexão mais profunda com o propósito.”
Ou seja, esse conceito vai além dos tradicionais pilares ambientais e econômicos da sustentabilidade; coloca o ser humano no centro das decisões empresariais, abordando aspectos como desenvolvimento de habilidades, equidade, propósito e a criação de ambientes de trabalho inclusivos.
O foco no bem-estar das pessoas tem um impacto significativo e pode resultar em mais engajamento e produtividade.
Segundo análises da Deloitte, 70% dos profissionais afirmam que, se a organização aumentasse seu compromisso com a sustentabilidade humana, isso:
Melhoraria sua experiência geral no trabalho.
Aumentaria seu engajamento e satisfação profissional.
Levaria a maior produtividade e desempenho.
Aumentaria o desejo de permanecer na empresa a longo prazo.
Elevaria a confiança na liderança da empresa.
Além disso, essa é uma questão importante para muitos líderes: 80% dos executivos afirmam que estariam mais dispostos a aceitar um emprego em uma empresa que promova a sustentabilidade humana, e seis em cada dez aceitariam uma redução salarial para isso.
Quais são os benefícios dessa prática?
Estudos têm mostrado consistentemente que organizações que adotam práticas de sustentabilidade humana alcançam melhores resultados comerciais.
Uma análise do Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, por exemplo, encontrou uma “forte relação positiva entre o bem-estar dos colaboradores e o desempenho da empresa”. Isso inclui resultados como lucros maiores e maior retorno em ações, especialmente entre as empresas com os níveis mais elevados de bem-estar.
Diversos fatores podem explicar a conexão entre sustentabilidade humana e o maior valor organizacional:
O foco na sustentabilidade humana permite que as organizações colham os benefícios de maior diversidade, equidade e inclusão (DEI). Empresas com mais diversidade têm 2,4 vezes mais chances de superar financeiramente seus concorrentes.
Organizações que investem no desenvolvimento de habilidades obtêm melhores resultados. Cerca de 84% dos colaboradores em empresas de alto desempenho afirmam receber a formação necessária para desempenhar bem suas funções.
Cortar custos relacionados aos colaboradores geralmente traz o efeito contrário. Baixos salários frequentemente resultam em maior rotatividade, perda de vendas, baixa produtividade, absenteísmo, menos inovação, execução deficiente, erros e frustração de clientes e gestores.
Melhorar a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores pode reduzir riscos para a força de trabalho. A maioria dos profissionais considera melhorar sua saúde mental mais importante do que crescer na carreira, e cogita mudar para um emprego que ofereça melhor suporte ao seu bem-estar.
Consumidores também tendem a apoiar empresas socialmente responsáveis – 76% afirmam que têm mais probabilidade de comprar de empresas que adotam essas práticas.
Desafios para o avanço da sustentabilidade humana nas empresas
Apesar dos benefícios gerados pelo foco no bem-estar das pessoas, ainda faltam ações efetivas nas organizações para avançar nessa direção.
O levantamento global Tendências de Capital Humano 2024 revela que, embora 76% dos executivos reconheçam a importância da sustentabilidade humana, apenas 46% estão agindo para incorporá-la em suas empresas e somente 10% estão fazendo avanços significativos.
As análises da Deloitte indicam que superar essa lacuna entre o entendimento da importância da sustentabilidade humana e a ação efetiva para promovê-la pode aumentar em 1,8 vezes as chances de alcançar os resultados financeiros desejados e em 2,1 vezes as chances de alcançar resultados humanos positivos.
O que impede que a sustentabilidade humana esteja no centro das estratégias dos negócios?
Entre as questões que mais impactam a força de trabalho atual e que dificultam o avanço da sustentabilidade humana nas empresas, destacam-se:
Aumento do estresse no trabalho, levando a uma piora na saúde mental (53%)
A ameaça da tecnologia tomar os empregos (28%)
Aumento do número de novas habilidades necessárias como resultado das mudanças tecnológicas ou de modelos de negócios (25%)
O aumento dos riscos de ameaças à segurança física ou ao bem-estar no local de trabalho (24%)
A economia “sempre ativa” possibilitada pela tecnologia digital (22%)
Empregadores agora sendo capazes de monitorar digitalmente o trabalho sem o consentimento dos profissionais (22%)
Falta de conexão e pertencimento devido ao trabalho remoto ou híbrido (20%)
Ou seja, problemas no ambiente de trabalho que impactam o bem-estar emocional e a saúde mental das pessoas são os principais obstáculos para o progresso da sustentabilidade humana nas organizações.
Nesse contexto, é importante entender a relação entre segurança psicológica e sustentabilidade humana.
Onde entra a segurança psicológica?
A segurança psicológica refere-se à criação de um ambiente em que os profissionais se sintam seguros para expressar suas ideias, preocupações e sentimentos sem medo de represálias ou julgamentos.
A ausência de segurança psicológica pode gerar estresse, ansiedade e uma diminuição significativa na produtividade. Por outro lado, empresas que criam espaços de trabalho abertos e inclusivos veem benefícios não apenas no engajamento dos colaboradores, mas também na inovação, diversidade de pensamento e retenção de talentos.
Sendo assim, a segurança psicológica é um pilar fundamental para o avanço da sustentabilidade humana dentro das organizações.
Quando os profissionais percebem que suas vozes são valorizadas e que têm autonomia para agir, o resultado é um ambiente mais dinâmico e resiliente, o que impulsiona a sustentabilidade humana.
Portanto, garantir a segurança psicológica não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas também uma estratégia crítica para o sucesso sustentável da organização.
Baixe gratuitamente: Guia sobre Segurança Psicológica nas empresas
O papel da segurança psicológica nesse contexto
#1 Criação de um ambiente de trabalho inclusivo e equitativo
A segurança psicológica promove a inclusão ao permitir que todas as pessoas se sintam ouvidas e respeitadas, independentemente de suas diferenças. Isso fortalece a diversidade, a inclusão e a equidade no local de trabalho, que são pilares importantes da sustentabilidade humana.
#2 Promoção de feedback honesto e construtivo
Em um ambiente psicologicamente seguro, os colaboradores se sentem confortáveis para dar feedback sincero, ajudando os líderes a entender as reais necessidades e desafios da equipe, o que facilita a implementação de medidas eficazes de sustentabilidade humana.
#3 Fortalecimento do senso de propósito e pertencimento
Quando os colaboradores sentem que suas opiniões são valorizadas, seu senso de propósito e pertencimento (elementos importantes para a sustentabilidade humana) à organização aumenta.
#4 Fomento do bem-estar emocional e mental
A segurança psicológica reduz o estresse e a ansiedade relacionados ao medo de represálias ou julgamentos, contribuindo diretamente para o bem-estar emocional e mental dos profissionais.
Saiba mais: Gatilhos organizacionais: os impactos da cultura e do ambiente corporativo na saúde mental
#5 Incentivo ao desenvolvimento e à inovação
Um ambiente psicologicamente seguro permite que os profissionais experimentem novas ideias e aprendam com erros sem medo, promovendo o desenvolvimento de habilidades e a inovação, que são componentes-chave para a sustentabilidade humana.
#6 Facilitação de diálogos sobre saúde e bem-estar
Quando há segurança psicológica, os trabalhadores se sentem mais confortáveis para falar sobre seu estado de saúde mental, emocional e físico, o que ajuda a organização a implementar programas de bem-estar mais eficazes e direcionados.
Sendo assim, as empresas que realmente desejam promover a sustentabilidade humana devem considerar como a segurança psicológica e o bem-estar dos profissionais se conectam para criar uma cultura organizacional robusta e resiliente.
A GoHuman, consultoria especializada em desenvolvimento e fortalecimento de lideranças e culturas humanizadas, pode apoiá-lo nessa jornada.
Ajudamos as empresas a colocar o bem-estar e a segurança psicológica no centro de suas estratégias, criando uma base sólida para o sucesso sustentável a longo prazo, beneficiando tanto os indivíduos quanto o negócio como um todo.
Entre em contato e entenda como, juntos, podemos fortalecer a sustentabilidade humana em seu negócio.
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